domingo, 21 de outubro de 2012
MELANCOLIA (ou experimentando o bucólico)
Um banquinho provisório
para esperar
ao lado de uma parada de ônibus
em um ponto qualquer da
estrada infinita e infértil.
Por perto um caminho
aberto
sugerindo moradia.
O caminho aberto vai muito além
do que a vista alcança
muito,
muito,
adentro
do espaço verde.
Quem mora nesta querência distante?
A quem pertence o banquinho?
Quem espera?
Quem senta solitário naquele banquinho tão rude?
O quanto caminha para chegar ali?
(Hoje ainda não tem sol, mas as previsões são luminosas. Assim como a esperança.)
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...não me falta casa
só me falta ela ser um lar
não me falta o tempo que passa
só não dá mais para tanto esperar
para os pássaros voltarem a cantar
e a nuvem desenhar um coração fechado
para o chão voltar a se deitar
e a chuva batucar no telhado...
Arnaldo Antunes - A casa é sua
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